"De dez anos para cá, a cadeia agropecuária tem se
posicionado melhor em termos de rentabilidade devido aos crescentes
investimentos em tecnologias", diz Daniel Carrara, secretário executivo do
Serviço Nacional de Aprendizagem Rural (Senar), parte do Sistema S.
Segundo ele, o tratorista, por exemplo, não é preparado para operar as
máquinas baseadas nos sistemas de georreferenciamento e computação embarcada. "O
novo operador deve ter conhecimento de informática e de gestão", comenta.
A instituição vai certificar este ano 1 milhão de trabalhadores. O foco
está nos cursos de formação inicial e continuada de curta duração, de 40 a 80
horas, para capacitar rapidamente um grande contingente de trabalhadores. É
preciso recuperar o atraso.
O aperfeiçoamento dos profissionais se dá
especialmente nas áreas de operação e manutenção de máquinas agrícolas, de
ordenha higiênica do leite e de inseminação de animais na pecuária. Além disso,
são oferecidos cursos de qualificação de 400 horas, mais abrangentes, sobre
cadeias específicas como a pecuária de leite.
Este ano, o Senar abriu
seu primeiro curso técnico de nível médio, com duração de 1.200 horas, em
Araguacema, no Tocantins, para formar 50 técnicos em florestas. O projeto deve
ser expandido nos próximos anos.
Todos os cursos oferecidos pelo Senar
são gratuitos. A entidade, de direito privado e sem fins lucrativos, é mantida
com contribuições compulsórias sobre a comercialização de produtos
agropecuários. O funcionamento se dá por intermédio dos 2.150 sindicatos rurais
espalhados por todo o País. Esses sindicatos captam as demandas dos municípios e
montam nas propriedades rurais os cenários pedagógicos para as aulas teóricas e
práticas.
De acordo com Daniel Carrara, o Programa Nacional de Acesso ao
Ensino Técnico e Emprego (Pronatec) do governo federal criou este ano um
adicional de 23 mil vagas para estudantes em cursos de formação inicial e
continuada de 160 horas, em período subsequente ao ensino médio. "Essa
iniciativa é importante para manter o jovem no meio rural. Muitas vezes, ele sai
do ensino médio deixando de aproveitar as oportunidades de trabalho que existem
no campo." Em 2013, a expectativa é que 50 mil jovens sejam capacitados dentro
do Pronatec.
Atualmente, entre os trabalhadores mais requisitados pelo
setor estão os operadores de máquinas agrícolas, especialistas na aplicação de
adubos e defensivos e operadores em pecuária de leite. No entanto, existe
demanda na maioria das 167 ocupações, desde técnicos especializados na produção
de húmus até pilotos de aviões agrícolas.
"As remunerações têm aumentado
em diversas categorias. Os profissionais que lidam com máquinas agrícolas são os
mais valorizados. Por exemplo, os operadores de colhedoras de cana-de-açúcar
chegam a receber de R$ 5 mil a R$ 6 mil", destaca o secretário executivo do
Senar.
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