À noite, a presidente da CNA, senadora Kátia
Abreu, reuniu-se com importadores chineses presentes à feira para apresentar o
agronegócio brasileiro e seu potencial de comércio e de investimentos. “Queremos
inicialmente focar em quatro produtos: carnes, café, suco de laranja e
laticínios”, disse a senadora. Segundo ela, após a vista à feira, os produtos
lácteos também foram incluídos na pauta prioritária de comércio da CNA na China.
“Até 2021, a China quer incrementar sua classe média em 521 milhões de
pessoas, mais do que o dobro da população brasileira”, destacou a presidente da
CNA, ressaltando a importância deste crescente mercado consumidor para o
agronegócio do País. “O Brasil tem condições de produzir, de forma sustentável,
para abastecer esse importante mercado consumidor”, afirmou.
Em
apresentação aos empresários chineses, o presidente do Instituto CNA, Moisés
Gomes, afirmou que “a China ocupa a primeira posição como compradora em duas das
cadeias em que somos competitivos, soja e produtos florestais”. E desafiou os
presentes a liderarem também as importações em outros segmentos do agronegócio.
A presidente da CNA disse, ainda, que “não visamos apenas as exportações
de um produto, mas inovação, produtos com valor agregado, como a China está
fazendo”. Esclareceu que, na última década, o uso da tecnologia aumentou muito
no Brasil e a intenção é continuar desenvolvendo e aplicando-a nos nossos
produtos.
O incremento da relação comercial entre China e Brasil foi a
tônica de todos os encontros e compromissos da agenda da missão da CNA, em
Pequim e Xangai, concluída com a visita à FHC 2012. O principal deles foi a
inauguração do escritório da CNA em Pequim, que servirá de plataforma para
ampliar as relações com o país asiático. “Queremos construir um relacionamento
com a China de médio e de longo prazos”, afirmou a presidente da CNA, na
solenidade que contou com a presença do embaixador brasileiro na China,
Clodoaldo Hugueney.
Agenda para 2013 - Para abril de 2013, a presidente
da CNA já anunciou a realização de um seminário, em Pequim, sobre os
investimentos em infraestrutura e logística no Brasil, com a participação de
ministros e empresários brasileiros. Também recebeu a confirmação da visita de
uma missão técnica liderada pela Administração Geral de Supervisão de Qualidade,
Inspeção e Quarentena (AQSIQ) ao Brasil, no primeiro semestre do ano que vem,
com a participação de importadores.
Durante reunião com a Associação de
Cadeias de Lojas e Franquias da China (CCFA), em Pequim, ficou acertada, para
maio de 2013, a realização de um seminário de compras voltado às demandas do
segmento. A CNA quer participar, ainda, de feiras de alimentos na China, como
FHC 2013 (Food and Hospitality China) e a Sial China 2013 (Feira internacional
de alimentos e da indústria de bebidas), que acontecerá em maio.
No
final do ano, em novembro, o Ministério da Agricultura chinês liderará uma
missão de empresários ao Brasil. O grupo recebeu a visita da comitiva da CNA
durante esta visita a Pequim. Outro encontro considerado produtivo pela CNA foi
a reunião, durante café da manhã, com representantes do Banco de Desenvolvimento
Chinês (CDB, na sigla em inglês). O destaque foram as demandas apresentadas pela
senadora Kátia Abreu para o complexo de portos e hidrovias do Norte do Brasil,
projeto que visa baratear o escoamento da produção brasileira. Eles informaram
que estão dispostos a organizar encontros com empresas que poderiam se
interessar por estes processos.
Um grupo de trabalho do banco está em
viagem ao Brasil ainda no mês de novembro, e a CNA quer reforçar, também no
Brasil, os laços com o CDB, instituição financeira sob administração direta do
Conselho de Estado chinês, responsável pelo financiamento de projetos em
infraestrutura e indústria de base. No Brasil, já financiou iniciativas em áreas
como tecnologia da informação, petróleo e gás e aquisições de aeronaves
brasileiras.
Publicado em: 15/11/2012.
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