sexta-feira, 8 de abril de 2011

Produtores pedem urgência

Produtores pedem urgência
Fabiano Costa

Presidente da Câmara, Marco Maia, se comprometeu a colocar o projeto em pauta até o final deste mês, mesmo sem acordo


À mercê das intempéries do Cerrado, cerca de 24 mil produtores rurais tomaram os gramados da Esplanada dos Ministérios 04 de abri para exigir que os deputados federais votem com urgência o novo Código Florestal, em discussão desde 2010. Pressionado, o presidente da Câmara, Marco Maia (PT), se comprometeu a colocar o projeto em pauta até o final do mês, mesmo sem acordo.

Aflitos com a morosidade dos parlamentares, ruralistas de 18 Estados e do Distrito Federal – coordenados pela Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil – passaram o dia ora sob uma forte chuva, ora debaixo de um sol escaldante, mobilizados pela aprovação das novas regras. Ao som do Hino Nacional interpretado em berrantes, os agricultores deflagraram a manifestação diante do parlamento pouco depois das 9h.

Após um missa campal, parlamentares da bancada ruralista se revezaram no microfone de um palanque improvisado para defender o texto apresentado pelo relator da proposta, o deputado Aldo Rebelo (PC do B-SP). Em rápida passagem pelo ato, o parlamentar foi aclamado pelos produtores rurais.

A primeira versão do projeto de Aldo, aprovada em 2010 em comissão especial da Câmara, foi alvejada por ambientalistas, comunidade científica e setor rural. Para evitar conflitos, a Câmara abriu novos debates.

– Pretendo entregar as modificações no projeto até o final da semana. Mais de 90% do relatório tem condições de ser consensual – afirmou Aldo.

Produtor de arroz em Jaguarão, na Zona Sul, o ruralista João Alberto Dutra Silveira, 58 anos, era um dos 200 integrantes da comitiva gaúcha que defendiam a proposta de Aldo. O arrozeiro foi multado em R$ 15 mil e obrigado a apresentar um plano de recuperação das Áreas de Preservação Ambiental (APPs) no ano passado por não cumprir todas as exigências da legislação. Ele espera que a aprovação das novas regras reverta a punição.

– Se uma represa foi construída em 1950 pelas leis da época, não posso ser multado seis décadas depois – disse.

Durante o ato, os organizadores serviram um carreteiro gigante. No início da tarde, os agricultores deram as mãos para abraçar simbolicamente o Congresso.

Agricultores familiares também estão mobilizados pela aprovação do código. Amanhã, integrantes da direção da Federação dos Trabalhadores na Agricultura do Estado participam de audiência com o presidente da Câmara.

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